segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O comboio motociclistico

DESLOCAMENTO DE MOTOS EM COMBOIO –  Por Sauro de Col Filho*
 Viajar e pegar a estrada são coisas muito boas. Melhor ainda se for com um ou mais amigos. Eu diria até que além de ser mais agradável poder dividir estes momentos com outros irmãos, pegar estrada com companhia é mais prudente e seguro.
Desde que comecei a andar de moto, eu tive a felicidade de colher pelas estradas da vida, muito mais amigos do que anteriormente. E digo mais; a qualidade das amizades superou em muito as minhas expectativas e amigos se tornaram irmãos.
As novas amizades foram tantas que os passeios começaram a ter uma adesão muito maior do que a esperada e de repente eram 50 irmãos com um mesmo destino.
Ótimo para todos, mas ai um mínimo de organização se faz necessário: estabelecer roteiro, pontos de concentração, pontos de paradas, estabelecer horários de saída, chegada e de retorno e  principalmente, saber quem cuida de quem.
Nos últimos passeios que fiz pelo interior paulista, dada ao grande número de adesões de vários irmãos, optei pelo deslocamento em comboio (de 20 até 100 motos[1]) sendo que a média de presença sempre foi superior a de 45 motos.
A formação de comboio é ideal para passeios de curta distância, não superior a 200 Km ida e 200 km volta. Coisa de 2 horas no máximo para o deslocamento descontando as paradas para esticar a perna.
Aliás e a este respeito, numa moto custom , a distância de conforto é muito próxima a 150 km para o limite de uma parada de pelo menos 15 minutos.
 A seguir, trago algumas dicas para este tipo de deslocamento.
 FORMAÇÃO DO COMBOIO
A formação de comboio é uma formação nos moldes internacionais para deslocamento de várias motos e possui elementos de controles de deslocamento formado por pilotos mais experiente e conhecedores do percurso. Os principais elementos são:
 “CABEÇA DE PELOTÃO” – Profundo conhecedor do roteiro e trajeto a ser realizado. Piloto que encabeçará o comboio e que tomará as principais decisões dentro do grupo de deslocamento.
 “ANJOS” – Pilotos intermediários que controlam o deslocamento do comboio, estando os mesmos posicionados no meio do mesmo. São responsáveis a atender qualquer solicitação de integrantes do comboio e levar ao conhecimento do “Cabeça de Pelotão” qualquer anormalidade ou necessidade durante o deslocamento.
 “FERROLHOS” – Pilotos com a mesma função dos “Anjos” porém posicionados ao final do comboio de motos ao final do comboio. Estes pilotos serão identificados durante a preleção.
Este pilotos , normalmente são escolhidos e apresentados durante a preleção, que é o momento anterior a partida do comboio.
 O “CABEÇA de Pelotão”  os “ANJOS” e os “FERROLHOS” são os únicos pilotos que conduzirão suas motos em condições de ultrapassagem ou de recuo em relação ao comboio.
 A mesma condição se aplicam aos carros de apoio.
Todos os pilotos deverão estar atentos à sinalização do “Cabeça de Pelotão” que utilizará sinalização simples e clara, a qual deverá ser repetida por cada uma dos pilotos até o final do pelotão. Veja Sinalização em deslocamento, logo abaixo.
img2
Pela ordem: 1) líder; 2) miolo; a) membros mais antigos; b) iniciantes; c) convidados; d) triciclos; 3) ferrolho; 4) veículo de apoio.
Conhecendo os integrantes do comboio:
Líder – Lead Road Captain
Meio Ferrolho – Middle Road Captain (em comboios maiores, Anjo, Capitão de Estrada)
Ferrolho – Sweep Road Captain (Anjo, Capitão de Estrada)

Disposição das motocicletas em comboio deve obedecer à formação nos moldes internacionais.

POSICIONAMENTO E CONDUÇÃO EM COMBOIO
No deslocamento em comboio, as Motos ficam posicionadas em um único bloco formado por duas filas indianas intercaladas, ou seja, as motos não devem ficar lado a lado.
 A distância entre motos deverá permitir que a moto à frente e a esquerda ou direita, possam entrar a sua frente sem problemas.
O comboio ocupará a primeira ou segunda pista da rodovia.
A mudança de pista só será permitida quando assinalada ou iniciada pelo “cabeça de pelotão” ou pelos “anjos” e contará com ajuda dos carros de apoio, quando estes existirem, que farão o guarda-luz para as motos.
 A passagem livre pelos pedágios se fará em fila indiana sendo que o espaço entre motos deverá ser o de duas a quatro motos (superior a três segundos). A sinalização será dada pelo “Cabeça de Pelotão” a cerca de um quilometro do pedágio.
Os carros de apoio, amigos ou familiares não dotados de PASSA FÁCIL deverão ultrapassar o comboio tão logo a existência do pedágio seja assinalada na pista.
A solicitação de formação de fila indiana poderá ser solicitada independente da presença de pedágio e em razão de outras necessidades a exemplo de condução em pista simples, e será monitorada e apoiada pelos “Anjos”.
Em encontros com grupos de motos tipo ‘speed’ atenda a  toda solicitação de passagem de forma cordial.
 O comboio não fará nenhuma parada programada na estrada utilizando-se do acostamento.
Em caso de problemas ou de avaria em alguma moto, somente a moto com problema deverá se dirigir ao acostamento.
A mesma será atendida por um dos “Anjos”, na ordem do número 1 ao número 2 , pelo mecânico e pelo carro de apoio equipado com carreta.
Somente estes três elementos do comboio  é que darão suporte ao piloto com problemas devendo o restante do comboio prosseguir normalmente até um ponto seguro para parada. O “Cabeça de Pelotão” em contato com o “Anjo” que prestará o suporte, decidira sobre a espera ou não dos retardatários.
MOTO DICAS
Visite : http://motoseguranca.com.br/dicas.html e veja as dicas animadas , em especial as dicas de Viajando em Grupo.
 ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS
Seja qual for o tipo de deslocamento, fique atendo para os seguintes conselhos:
 Revisem suas motos, calibrem os pneus, verifiquem todo o sistema de freios, encham previamente o tanque, carreguem as baterias de seus celulares e câmeras fotográficas pois a paisagem sempre merecerá muitas fotos e principalmente… levem agasalhos e capas de chuva.
 Providencie tudo isto no dia anterior para que não exista atraso.
Tentem chegar no máximo a 30 minutos da saída no ponto de concentração para poderem tomar o seu café e ouvirem atentamente as instruções dadas no local pois as mesmas sempre são muito importantes e de grande valia para a segurança e bem estar de todo o grupo.
Atente também para as seguinte orientações:
  • Respeite as leis de trânsito;
  • Fique atento a sinalização dos Anjos;
  • Respeite e atenda as orientações dos Anjos;
  • Utilize todos os equipamentos obrigatórios de segurança;
  • Mantenha o acostamento livre e ocupe apenas uma via;
  • Evite ultrapassar dentro do comboio;
  • Mantenha velocidade compatível com a do comboio evitando o surgimento de grandes espaços entre as motos;
  • Evite mudanças de posicionamento dentro do comboio

* Sauro De Col Filho é motociclista membro dos THEBLADERS e atuou como Coordenador do Núcleo SP dos Vbladers.

Tipos de cumprimentos: Sinais para deslocamento em comboio (parte 2)

Vamos a uma vídeo-aula sobre os sinais mais comuns utilizados num deslocamento em comboio por motos.
Vídeo realizado por Tenere MC

SINALIZAÇÃO EM DESLOCAMENTO
Conheça um pouco da sinalização :
  • Parada ou emergência à frente: Mão esquerda espalmada para cima.
  • Dobrar a esquerda: Apontar para esquerda na altura do ombro – não isenta o uso do pisca.
  • Dobrar a direita: Apontar para direita por cima do capacete – não isenta o uso do pisca.
  • Retornar a frente: Apontar para cima fazendo círculos no ar.
  • Reduzir velocidade: Braço esquerdo aberto subindo e descendo (como um leve bater de asas).
  • Problemas na moto ou estou sem gasolina Indicar com o polegar da mão esquerda virado para baixo, subindo e descendo o braço.
  • Braço estendido para cima com indicador apontando para o céu: formação de fila indiana. Este sinal é muito útil em estradas de faixa simples e para a passagem livre em pedágios.
  • Braço estendido para cima com indicador e dedo médio formando um “V” apontados para o céu: Formação de fila dupla intercalada.
  • Braço esquerdo ou direito estendido para baixo com indicador apontando para o asfalto: Solicitação para que a moto de trás ocupe a posição apontada. Utilizada para poder transmitir alguma instrução ou solicitar que a moto desgarrada do bloco, ocupe aquela posição.
  • Braço esquerdo estendido para baixo com mão espalmada em movimento de abano horizontal: Solicitação para que a moto ou veículo que vem atrás faça ultrapassagem pela esquerda. Utilizada pelos anjos que se deslocam para o fim do pelotão para ver se tudo está bem.
 E é claro, temos também que saber identificar cada membro do MC, dentro do comboio e suas funções no deslocamento e paradas. Mas isso é assunto para a próxima postagem.
Resultado de imagem para quem e quem no comboio de motos

Tipos de cumprimentos: o cumprimento MOTARD (parte 1)


Muitos de vocês já devem ter reparado que os motociclistas, quando se cruzam, cumprimentam-se, isto é perfeitamente normal. Existem alguns tipos de cumprimentos:
– acenar a cabeça;
– dar sinais de luzes, pode ser alternando entre médios e máximos, como pode ser, desligando as luzes e voltando a ligar (embora possa ser usado para indicar perigo à frente);
– ao passar  à frente do motociclista esticar a perna direita (embora seja usado também para indicar um perigo na estrada), uma vez que utilizando a mão iria ser necessário tirar a mão do acelerador;
– levantar a mão numa posição aberta ou fechada, entre outros cumprimentos que passarei num outro tópico. 
Mas o gesto mais usado para o cumprimento é sem dúvida o cumprimento em “V” (Motard), faz-se levantando a mão para cima com os dedos recolhidos e apenas os indicador e dedo médio esticados formando um V.
Resultado de imagem para cumprimento motardEste gesto começou com o piloto Barry Sheene que costumava fazer este sinal quando conseguia uma vitória. Ficou tão popular no mundo dos motociclistas que hoje em dia é uma prática comum entre os amantes das duas rodas, mesmo que não se conheçam de lado nenhum. Por respeito, prazer, muitas são as razões para o fazer, mas essencialmente para sentirmos que fazemos parte de uma grande comunidade que é o mundo motociclista.


Claro que nos dias de hoje, é quase impossível sairmos cumprimentando todos que cruzam por nós no dia-a-dia, tamanho o número de motociclistas nas ruas, porém, ao cruzar por outro motociclista na estrada, ou mesmo na cidade por um local mais trânquilo, com trânsito menos intenso, não deixe de fazer seu cumprimento, mesmo que não seja correspondido.
Cabe aqui, uma breve explicação sobre o significado da palavra "MOTARD": 
- pessoa que conduz uma motocicleta, motociclista, pessoa dedicada ao motociclismo.


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

COMO SER GARUPA


Resultado de imagem para garupa

Talvez por inexperiência ou por falta de conhecimento de andar na garupa, muitos motociclistas já tiveram problemas com isso! Além do desconforto, pode-se causar graves acidentes!



Garupa: Para aproveitar um passeio confortável e seguro, siga estas dicas:

1. Não suba sem avisar o piloto
Ao subir na motocicleta, tenha o cuidado de avisar o piloto, mesmo achando desnecessário, pois uma pequena distração pode causar desequilíbrio e queda.
2. É preciso acompanhar o piloto nas curvas
Manter o corpo reto na curva dificulta a manobra para o piloto, fazendo com que a moto fique pesada e dura. Fique flexível e acompanhe o movimento dele na curva.
3. Mas, onde devo me segurar?
garupa
Para ter um passeio ou viagem mais confortável, nem sempre segurar nas alças da moto é o correto, pois pode causar lesões pelo esforço de segurar nas acelerações, frenagens e, principalmente, ao passar por algum obstáculo, como quebra-molas ou buraco.
Segure-se com as pernas, pressionando levemente os joelhos no piloto, pois dessa maneira você fará pouco esforço para se segurar e terá a facilidade de acompanhar o piloto nas curvas. Se for uma moto esportiva, a melhor escolha é se segurar no piloto. Em algumas motos, como a R1, existem espaços específicos no próprio tanque para o garupa apoiar-se, pois não forçará tanto o punho do piloto.
4. Deve-se compensar o desequilíbrio
Enquanto houver mudança de velocidade, tanto na aceleração quanto frenagem, é interessante compensar o desequilíbrio inclinando-se para frente ou para trás, ajudando o piloto. Mas nunca tente compensar o desequilíbrio da moto para os lados Em curvas e manobras sempre acompanhe o piloto!
5. O Sissy bar auxilia muito
sissy
Motos com sissy bar proporcionam maior conforto ao garupa, podendo apoiar-se no encosto.
6. Tente evitar movimentos bruscos
Procure evitar movimentos bruscos (mudança de posição, movimentos com as mãos, fotografar…). Faça movimentos suaves e  jamais durante uma curva.
7. Mantenha os pés na pedaleira sempre
Nunca, jamais, em hipótese alguma tire os pés da pedaleira, pois pode desequilibrar a moto.
8. Como faço para descer da garupa?
Quando for sair da moto, espere o piloto parar totalmente e comunique que irá descer.
9. Respeitando as normas
Deve-se observar o limite de duas pessoas, um piloto e um passageiro.
Sempre use capacete, seja piloto ou garupa o capacete é essencial para segurança e é lei.
Abuse dos equipamentos de segurança! Eles fazem a diferença!

Os 3 prazeres de ser motociclista

Acostumados com uma vida quase sempre corrida, poucos são os nossos momentos de lazer e distração. A rotina nem sempre possibilita muitas aventuras. Contudo, sabemos quão importante é ter momentos de liberdade, lazer e relaxamento. Nesse contexto, só quem é motociclista sabe do que estou falando.
Em meio a todos os compromissos e responsabilidades da vida moderna, é sobre duas rodas que encontramos uma forma de aliviar toda essa tensão. Muito mais que um esporte, os amantes de motocicletas enxergam nessa atividade um estilo de vida, uma forma de escapar da realidade e curtir bons momentos, com os amigos, família ou com quem quer que seja - desde que haja uma paixão em comum: motos.

Neste artigo, listamos 3 dos maiores prazeres de ser motociclista que farão você ainda mais apaixonado por esse estilo de vida, ou, se ainda não é adepto, certamente se interessar por fazer parte desse mundo. Continue lendo e confira:
1. Sensação de liberdade
A liberdade é, sem dúvida alguma, umas das sensações mais fantásticas de se experimentar - tanto é que o ser humano busca isso a todo momento. Talvez, ela seja da natureza humana e, nesse sentido, só quem já teve a oportunidade de pilotar uma moto sabe a sensação de liberdade que esse momento proporciona.
A liberdade aqui referenciada é muito mais do que o simples fato de poder escolher onde, como e com quem ir. Trata-se de algo mais íntimo, de uma realização interior, que possibilita que você aprecie tudo que te cerca. Não somente a paisagem, mas sim o momento, as companhias e a aventura que esse veículo de duas rodas pode proporcionar.
2. A atmosfera de amizade de companheirismo
Esse é também um dos grandes prazeres de ser motociclista. Poder ter bons momentos ao lado das pessoas das quais gostamos é sempre algo extremamente prazeroso, independentemente do que fazemos.
No mundo dos motociclistas, esse prazer é ainda maior, pois quando estão unidos por esse gosto em comum, amigos se tornam irmãos, desconhecidos se tornam amigos e todos se tornam companheiros, indiferente de sexo, idade ou qualquer outro fator. Há uma verdadeira atmosfera de amizade e companheirismo, que faz com que uma viagem, ou mesmo um passeio de final de semana, sejam uma ótima experiência.
3. Satisfação em fazer algo que gosta
Há uma frase que diz que "ou fazemos o que gostamos ou aprendemos a gostar do que fazemos". Essa é uma das verdades do motociclismo. Quem é adepto o faz porque gosta, e quem não gosta, quando tem contato uma vez aprende a gostar.

Texto/Fonte: Lendários MC - RJ    Imagem relacionada

Aprenda o que é ser motociclista

 O código secreto motociclista que não esta escrito em nenhum lugar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Reflexões sobre o uso de um brasão

Caro Amigo,

A partir do momento em que você decidir ou for convidado a entrar em qualquer clube de motocicletas, e aqui vale para MCs, MGs, associações ou qualquer outra denominação, um dos pré-requisitos é que você esteja alinhado à filosofia desta entidade. Portanto esteja atento a isso!

Em linhas gerais, esta terá valores que deverão ser respeitados por você. Mas algumas coisas serão comuns a qualquer uma: o prazer de pilotar uma motocicleta; a satisfação de conviver em grupo — identificado pelo brasão do clube a qual você fará parte; e a honra de participar de uma outra família. É preciso estar ciente de que a partir daquele momento algumas coisas mudam.

A prioridade não é mais do indivíduo, mas do grupo a qual se faz parte. Não estou dizendo aqui que o grupo está acima do indivíduo, mas sim que a partir daquele momento alguns valores mudam de lugar. O que importará é que o grupo esteja junto, unido como se todos os integrantes fossem um só. Não importa o lugar, o destino, o prazer agora é outro, é o de estar junto, de fazer parte de algo em conjunto, maior; de dividir valores e usar com orgulho aquele brasão. E isto deve bastar, já que laços fortes se formarão na mesma medida em que as experiências e a convivência aumentarem.

Alguns destes laços acabarão sendo para toda a vida, e outros, ainda que não se queira, de vez em quando, irão se desfazer. Mas o importante é que duraram o tempo necessário para terem se tornado inesquecíveis. Tal qual como na vida, o que foi desfeito será preenchido por outro, sem que com isso substituía o anterior.

Afinal, relacionamentos humanos são insubstituíveis, pois deixam marcas indeléveis por onde passam. Mas de alguma forma isso garantirá à entidade a continuidade necessária para prevalecer, a partir do momento da criação de novos laços, ainda mais vigorosos, e de novo, enquanto durem.

Então quando você recebe um brasão, recebe com ele a imensa responsabilidade de levar toda a história daquele grupo. Leva a lembrança de cada integrante que pertenceu ou ainda pertence ao clube. Leva o trabalho daqueles que lutaram para que a entidade, da qual você faz parte hoje, seja respeitada na comunidade. Leva um pouco da paisagem e da poeira da estrada que você e os integrantes já percorreram. Leva também a sua própria história de vida, lá no fundo dos alforjes. A família, a namorada, a noiva, a esposa, os filhos, os amigos (os inimigos também, como esquecê-los) e mesmo aqueles colegas de trabalho, distantes que mal falamos, ainda que não viajem ou mesmo curtam o motociclismo, entram conosco nessa grande aventura, porque sabem e vêem os seus passos e com quem você roda diariamente ou aos fins de semana. Quando você pilota identificado, você leva uma tradição que vence o tempo.

Portanto quando chegar a sua hora, seja grato ao conquistar o direito de usar determinado brasão, pois certamente aquelas pessoas que estão lhe conferindo esta CONDECORAÇÃO, estarão lhe recebendo de braços abertos e lhe dizendo naquele momento um sonoro “Seja bem vindo a nossa família!”.

Você a partir daquele momento estará representando uma miríade de rostos, personalidades, e quiçá, nações (caso a entidade escolhida seja internacional). E o que pedem em retribuição? Apenas a sua lealdade, o seu comprometimento com a entidade que você representa, e que você use aquele brasão com muita honra e galhardia. Acho que isso não é pedir muito. Ou é?

Texto de Shark, do ISRA – International Star Riders Association

A diferença entre Motoclubismo e Motociclismo




Todo mundo já percebeu que, de um tempo para cá, o número de moto clubes brasileiros cresceu num volume inimaginável. Os motivos disso vão desde o aumento na venda das motocicletas, pela facilidade, pela necessidade e até pelo prazer que as pessoas descobriram no motociclismo e motoclubismo.

Elas perceberam, ainda, a alegria das viagens e dos encontros com os motociclistas dos motos clubes em todos os lugares do Brasil.

Acontece, entretanto, que até por desconhecimento pela falta de fontes oficiais de informação e até de literatura a respeito, os moto clubes surgiram sem nenhuma filosofia ou identidade próprias, o que contribuiu para que a expressão MC acabasse meio banalizada.

Neste momento surgiram os motoclubistas mais antigos que passaram a ensinar, de maneira tímida, como as coisas deveriam ser e muitas vezes de maneira pouco amistosas.

Muitos não sabem que apesar de a liberdade ser a maior bandeira do motociclismo, há basicamente duas coisas que garantem, sempre, a harmonia e o respeito entre todas as organizações: Hierarquia e Regras.
Todos hão de convir que, apesar da existência da filosofia sobre liberdade, no motoclubismo não se pode tudo
Os presidentes de moto clubes que possuem ideologia verdadeira e são sérios, não podem e não são tratados como motociclistas comuns; sabem, que determinados assuntos não podem ser tratados em qualquer lugar; que bandeiras de moto clubes não podem ser manuseadas por integrantes de outros motos clubes, sem a presença de pelo menos um membro do MC da bandeira, que em nosso meio, as mulheres e as crianças são muito mais respeitadas que em outros lugares, entre outras coisas.

Os valores e a boa conduta vão se perdendo na medida em que se criam pseudos moto clubes, até virtuais, que vendem seus brasões pela internet, onde seus integrantes não se conhecem, têm apenas um desenho costurado nos seus coletes, ás vezes nem isso, apenas camisetas estampadas e não está sujeita a nenhuma regra, hierarquia e pensam que podem tudo. Desde acelerar em eventos, fazer acrobacias em qualquer lugar, desrespeitar as leis de transito, entre outras barbaridades. Estes são os chamados “motoqueiros” independentes de sua cilindrada ou sua condição social este não são motoclubistas ou motociclistas, de forma alguma.

Apesar da liberdade que todos os motociclistas possuem, é fato que um MC de verdade, tem de ter regras internas próprias e severas para quem quer se associar a ele, descritas em seu estatuto.
Cargo de diretoria em um MC não é uma mera formalidade ou uma função para qualquer associado. Diretoria de MC é coisa séria. O integrante eleito a ser Diretor de um MC abre mão de muito tempo para se dedicar ao MC e fazê-lo ser respeitado defendendo o interesse de todos do Clube. Na maioria dos casos tem que deixa de estar com sua família para liderar um grupo e mantê-lo unido e respeitando as regras básicas de convivência. Juridicamente, responde até criminalmente pela Diretoria do MC se algo der errado, encabeça campanhas internas de segurança e de conduta no trânsito e em grupo entre outras coisas.

No motociclismo temos um código de honra silencioso, quase secreto, que nunca precisou ser escrito, mas quem faz parte dela sabe. Este código reza não deixar um irmão na estrada, não conhece o valor do dinheiro e ensina que todo motociclista merece respeito independente da marca ou cilindrada de sua moto.

Fazer parte de uma "Família de motoclubismo" não é simplesmente vestir um colete e sair para eventos, mas sim carregar em seu brasão com toda a sua historia, defendendo seus ideais e honrando os princípios dentro do motociclismo que é liberdade, irmandade e amizade.

Devemos manter e lutar para conseguir o respeito da sociedade. Então se você faz parte de um moto clube honre seu brasão e respeite o motociclismo…

Numa "Família de motoclubismo" você não tem classificação social, não existe cor da pele ou profundidade do seu bolso, possuímos membros de varias classes sociais e de idades variadas. Somos todos irmãos, pertencentes a "Família de motoclubismo", por isso honre seu brasão e siga os princípios do motociclismo.

A História do Colete dos Motoclubes

O colete é um ícone indelével na cultura das motocicletas. Usados pelos pilotos como um testemunho do estilo de vida com suas motocicletas, os coletes são ao mesmo tempo símbolos de rebelião e individualidade.
Nos primórdios da história da motocicleta, os pilotos usavam suéteres, jaquetas do time do colégio e macacões de garagem como meio de proteção durante os passeios com suas máquinas. Apenas alguns motociclistas mais organizados tinham seus nomes estampados na parte de trás de suas jaquetas. Uma prática que evoluiria em paralelo com os futuros coletes.
A historia do colete de moto clube
A evolução do colete de moto clube pode ser rastreada até a Segunda Guerra Mundial. Os soldados tinham acabado de sair da adolescência, alguns com apenas 18 anos e a guerra foi o primeiro lugar em que estiveram além de sua casa. Os aviadores tendiam a se apegar a coisas que lhes eram familiares e esse senso de identidade era expresso pintando os narizes dos seus aviões e seus incríveis casacos com ícones da cultura pop americana da época.
O vínculo criado por esses homens sob tal pressão foi amalgamado por símbolos e imagens que lhes davam o senso de pertencimento, conforto, poder, proteção e coragem. Imagens que variavam dos familiares personagens de desenhos animados a garotas pin-ups eram pintadas em suas jaquetas, criando uma linguagem visual por conta própria.
A historia do colete de moto clube
Depois da guerra, os veteranos voltaram para casa com a necessidade de aliviar o impacto do estresse que viveram durante o conflito armado e muitos acharam tal alívio nas motocicletas. Essas máquinas eram o veículo adequado para quebrar a monotonia da vida mais tranquila em casa, injetando uma dose de adrenalina e excitação.
Na medida em que as motocicletas se tornavam mais poderosas e mais rápidas, surgia a necessidade de uma proteção mais adequada, de modo que as jaquetas que tinham usado durante a guerra tornaram-se uma visão comum entre os pilotos e os seus moto clubes. Essas jaquetas ofereciam melhor proteção, mas apresentavam o problema de restringir a mobilidade dos braços e ficar muito quente para a maioria das condições de pilotagem, principalmente nos locais mais quentes durante o verão.
Durante a década seguinte, no final dos anos 50, o Mundo viu a propagação dos moto clubes, principalmente nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, uma série de eventos sociais e midiáticos, que alienaram segmentos da comunidade de motociclistas, provocou uma força significativa de rebeldia nesses moto clubes. Todos esses ingredientes foram refletidos em sua visão social, sua cultura e senso de estilo. Foi esta rebelião e a necessidade de funcionalidade que fez com que os motociclistas cortassem as mangas de suas jaquetas, resultando no que hoje é conhecido como “The Cuts”.
A historia do colete de moto clube
The Cuts” evoluiu em paralelo com os estilos e tendências dos tempos, de cortar jaquetas de couro para cortar as mais leves jaquetas jeans.
Nos anos 50, as tendências de moda dos Greasers nos EUA e dos Rockers no Reino Unido transformaram as jaquetas de couro em parte emblemática de seu estilo. Nesta era, o herói do cinema Marlon Brando selou o destino da jaqueta como um emblema do moto clube fora da lei no filme The Wild One (1953), mas os cortes ainda estavam em seu estágio inicial. Os cortes das mangas foram ampliados nos anos 60 e 70 junto com a tradição dos clubes de costurar patchs em seus coletes com os nomes de seus clubes, logotipos e cidades onde eles eram ativos. Estes coletes tornaram-se um cartão de apresentação na cultura da motocicleta, evoluindo para um símbolo sagrado de respeito, exibindo algo não apenas feito, mas pelo conquistado.
A historia do colete de moto clube
Mais tarde, no final dos anos 70, nos anos 80 e parte dos 90, o colete de couro ganhou destaque na evolução dos cortes. Partindo da aparência crua do jeans dos anos 70, o colete de couro tornou-se o símbolo da rebelião dos motociclistas catapultado pela permeabilidade dos estilos de música punk, metal e glam rock. Uma exposição no Fashion Institute of Technology de Nova York (FIT) sobre jaquetas de moto clubes sugeriu que alguns desses grupos eram atraídos pelas qualidades sexuais e fetichistas das roupas de couro. Essa permeabilidade das contraculturas solidificou ainda mais o colete na percepção das comunidades de motociclistas.
Do final dos anos 2000 até hoje tem havido um ressurgimento da cultura vintage. Com isto, mais coletes com jeans crus e estilos dos anos 70 e muitas adaptações aconteceram.
O colete é uma expressão de si mesmo, testemunhando as experiências e aventuras de um motociclista singular; também uma expressão comum de um grupo ligado pelas motocicletas.
O colete de moto clube é, sem dúvida, um dos ícones mais duradouros da história da motocicleta.

O Sino Guardião

Alguns dizem que o "Sino Guardião" é um protetor sobrenatural contra espíritos malignos que assombram as estradas à procura de motociclistas para prejudicá-los durante suas viagens - outros dizem que é simplesmente uma amistosa tradição entre os pilotos para demonstrar apreço e amizade.
Conhecido por Guardian Bell, Biker Bell, Gremlin Bell, Spirit Bell ou Ride Bell, o Sino Guardião tem uma história cercada de lendas e superstições. São uma espécie de amuleto da sorte para motociclistas do mundo inteiro, semelhante aos pingentes ou imagens de São Cristóvão, o santo padroeiro dos viajantes, que são frequentemente transportados em veículos para proteger seus ocupantes durante as viagens.
A lenda diz que existem espíritos nocivos que espreitam as estradas, sempre à procura de motocicletas para se agarrar e causar danos. Você já deve ter ouvido falar de problemas incomuns e difíceis de diagnosticar que ocorrem nas máquinas (na maioria das vezes na parte elétrica) sendo chamados de “gremlins” e, supostamente, são esses mesmos espíritos imprevisíveis e prejudiciais que causam problemas para motocicletas e seus motociclistas.
O Sino Guardião é uma maneira de afastar esses espíritos. Dizem que o seu trabalho é capturá-los na parte oca e enlouquecê-los com o toque constante do badalo, até se soltarem, retornando à estrada para encontrar outro motociclista desavisado sem um sino para protegê-lo.
O sino Guardião

As regras do sino

No entanto, existem algumas “regras” para o Sino Guardião funcionar:
  • Não deve ser comprado pelo usuário - para funcionar, deve ser dado a um motociclista por uma pessoa querida. De acordo com a lenda, um sino é “ativado” pelo gesto de boa vontade quando alguém, especialmente outro motociclista, o dá como presente. Junto com o Sino Guardião vai parte do espírito, da historia e da lenda daquele motociclista que, com coragem e determinação, iniciou essa tradição.
  • Deve ser anexado à parte mais baixa do quadro - como os gremlins se escondem nas estradas e “agarram” nas motos enquanto elas passam, o sino baixo deve ser a primeira coisa com a qual eles entram em contato, para que sejam imediatamente capturados. Ele deve ser preso com segurança e um anel de chaveiro é geralmente o método preferido.
  • Quando uma moto com um sino é vendida, ele deve ser removido - o Sino Guardião é um gesto de gentileza para com um motociclista de alguém que se preocupa com ele, então ele deve ser mantido pelo destinatário pretendido e pode ser transferido para outra moto. Mas se alguém vende uma moto com um sino e quer que o novo piloto a tenha, ele deve removê-lo e entregá-lo ao novo proprietário. Um sino que não é dado com boa vontade intencional perde o seu princípio de combate ao espírito maligno.
  • Se alguém roubar um Sino Guardião, os gremlins vão com ele - e o sino não mais os afastará. A chave para o poder do sino é a boa vontade. Se for roubado, perde o efeito positivo e o ladrão será amaldiçoado com todos os espíritos malignos que o sino aprisionou.

A origem do sino

Como muitas lendas antigas, não há uma resposta clara de onde vem a tradição ou superstição do Sino Guardião. Várias explicações vão desde as histórias de que “havia uma vez um velho motociclista andando de noite” até ter sido iniciado por veteranos da Segunda Guerra Mundial que tinham sinos de boa sorte em suas aeronaves e levaram a tradição para suas motos depois da guerra.
Uma versão muito repetida remonta há tempos mais antigos, quando os Estados Unidos ainda eram terra dominada pelos índios. Sempre que iam caçar, eles amarravam ossos em seus pés para pedir proteção aos deuses dos locais onde iam e para que os maus espíritos não se aproximassem. Mas um aviso sempre era dado: ”Não ande mais rápido que seu protetor possa”. Quando o europeu chegou para colonizar a região, várias carruagens foram assaltadas e queimadas por índios Sioux e Navajos, mas uma em especial sempre passava, e andava em todos os territórios indígenas sem ser molestada. Um dos cocheiros desta carruagem era filho de índios e sempre que era necessário fazer grandes travessias, pendurava ossos secos em um lugar alto, para que o som se propagasse. Com o passar dos anos, estes ossos foram substituídos pelos sinos metálicos, com a intenção de propagar mais rapidamente este “recado” aos deuses.
O sino Guardião
No motociclismo, a lenda começou com os grandes aventureiros e suas longas viagens pelas montanhas e travessias em longos percursos. Vários acidentes e mortes ocorriam e eram divulgados durante os encontros. Até que um dia, um motociclista resolveu fazer uma longa viagem pelas montanhas de Salt Lake, região perigosa, desértica, onde todos os riscos eram acentuados e onde muitos motociclistas tinham perdido a vida. Recebeu de presente um pequeno sino, parecido com os usados nas carruagens, e o pendurou em sua motocicleta antes da partida. E assim ele seguiu pelas montanhas, numa viagem histórica, retornando em perfeita segurança, sem que nada lhe tivesse acontecido. Ressaltou que o som do sino jamais o deixava sentir-se sozinho e ele acreditava que pelo som, o seu protetor se mantinha junto dele o tempo todo, e isso lhe propiciara tranquilidade na ótima viagem que fizera.
A lenda mais mística sobre o sino, conta a história de um motociclista que estava voltando do México com os alforjes carregados de presentes para crianças. No meio do caminho, foi surpreendido por criaturas místicas (ou talvez ele tenha experimentado peiote demais no México) que fizeram com que ele perdesse o controle e caísse da moto, ficando preso debaixo dela. Para espantar as criaturas, ele começou a atirar os presentes das crianças nas criaturas. E ao pegar um sino entre os presentes, o tilintar fez com que outros motociclistas ouvissem o som, se aproximassem para ajudar, e expulsaram as criaturas. Em gratidão, ele amarrou os sinos nas motos dos motociclistas que o ajudaram, e isso virou uma tradição.
Uma das explicações mais lógicas, no entanto, é que o sino foi usado nas décadas de 1950 e 1960 como uma espécie de “sistema de alarme de baixo orçamento”, para alertar o motociclista se a moto estivesse sendo movida no meio da noite - uma solução barata que se transformou em uma tradição ao longo do tempo.
O sino Guardião
Hoje, os sinos têm muitas formas, decorações e acabamentos , com relevos que vão desde uma moto até caveiras, anjos e formas geométricas, mas o simbolismo reside no som emitido por ele. Independentemente de qual seja a “verdadeira” história por trás do Sino guardião, é uma tradição divertida que continua entre os motociclistas.
Se você realmente acredita na superstição dos “gremlins da estrada” ou não, o Sino Guardião é uma maneira de dar as boas-vindas a um novo piloto na comunidade, batizar uma nova motocicleta ou apenas para dizer a um motociclista amigo que você se importa com ele. Como se costuma dizer, o piloto que possui um sino tem a mais poderosa bênção de todos - o amor e a boa vontade de um amigo de verdade.
E nunca se esqueça da máxima criada em torno dessa bela lenda: "Never ride faster than your angel can fly" (Nunca pilote mais rápido do que seu anjo da guarda possa voar).